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Coleção Mitologia
LIVRO I
Deuses
Maurício Horta
M6B4
Mitologia: livro 1: deuses. - São Paulo : Ed. Abril. 2011. 128 p. : il. color. ; 19cm. - (Coleção mitologia Superinteressante ; 1)
ISBN 978-85-364-11 28-6
1. Mitologia grega. I. Série CDD 292.08
índice
PARTE I
o Nascimento dos Deuses A origem de tudo ........................................................................ 07 O confl ito d e gerações ................................ ················ 19
PARTE 11
Os 12 do Olimpo Zeus ··· .
. ······ 36
Her a ··············· 51 Atena ............................................................................................................ ···· 60 Hefesto ····
.......................................................········· 64
Afrodite .................................................................................................···· 76 Ares
... ···· 83
Hermes ··· Ártemis
....................................................... ··············· 85
Deméter
...................................................... ···· 99
............ 93
Poseidon .................................................................................................... 107 Apolo
................ 110
Dionísi o ···
················· 1l7
A origem de tudo
Primeiro havia o Caos, uma matéria completamente crua, indiferenciada, indefinível , indescritível que existia desde toda a eternidade e que era o princípio de todas as coisas. É impossível saber o que havia antes - como acontece no Universo do mundo real, em que os físicos não se arriscam a dizer o que havia antes do Big Bang. Para os gregos, o Caos não diferenciava o úmido do seco, a direita da esquerda, o leve do pesado, o concreto do abstrato, o quente do frio (embora para os físicos era definitivamente mais quente que o inferno). O sol não iluminava o dia, pois o dia não existia, nem havia a lua para sucedê-lo, pois tudo era obscuro demais para que a noite fosse noite. Não havia o espaço, o tempo, as coisas, a vida, o amor. Nada , senão uma tremenda confusão. Mas, em meio ao próprio Caos, eis que surge o seu oposto - a fértil deusa Terra "dos seios fartos ", que os gregos chamam de Caia. Em vez da confusão obscura do Caos, Caia apresenta uma forma distinta, nítida, precisa, firme e estável. É a Mãe Natureza, o conjun-
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o Nascimento do Deuses
to de todas as partículas do mundo físico que darão origem aos seres e à força que os nutre, formando tudo o que existe no mundo natural - das mais altas montanhas às mais profundas grutas subterrâneas; às florestas, aos rios, ao céu, ao mar. Os gregos, como qualquer povo da época, acreditavam que a Terra fosse o centro do universo - o que faz nosso paralelo com o Big Bang parar por aqui. Localizada bem no centro do Universo, ela não cai nem sobe. É o chão sobre o qual pisamos, o fundamento para todos os seres, ponto de referência para tudo o que existe, a partir do qual surgem as relações de espaço. É o alicerce eternamente inabalável de onde as coisas podem começar a se organizar e fazer sentido. Mesmo sendo o ponto de referência de tudo, Gaia tinha limites físicos, tanto acima quanto abaixo dela. Se atravessássemos em suas entranhas a distância percorrida por uma bigorna de bronze em queda livre por nove dias, chegaríamos novamente à desordem e à escuridão. Esse, no entanto, não era mais o Caos, mas uma derivação sua: o Tártaro, abismo das trevas insondáveis, terror de qualquer deus. Para eles, essa versão grega do inferno era pior que a morte. Em vez de morrer, eles passariam a eternidade presos sem ver um raio sequer de luz.
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Bom, com Gaia, que trouxe a matéria da q