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A política econômica conservadora adotada por Luiz Inácio Lula da Silva ao chegar à Presidência é o ponto de partida de "Brasil Delivery". A primeira reação, não esconde a autora, é de perplexidade - atitude que não foi incomum entre os intelectuais que participaram da construção do Partido dos Trabalhadores. Superado o baque inicial, Leda Paulani se dispõe a entender as razões que levaram a essa guinada conservadora de Lula e as conseqüências da continuidade da política neoliberal.
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:\ PRESE:"T:\"~de recorrer ainda mais duas vezes ao FMI, ameaçado que estava de .: ~~ honrar seus compromissos externos. A primeira delas foi em ju'~ '~de 2001, quando o governo FHC, vendo cair por terra suas ex"'. tivas quanro ao volume de recursos de investimentos externos os que o país receberia, decidiu preventivamente recorrer ao Funbtendo US$ 15 bilhões . A segunda vez foi precisamente em agos":2002, quando a turbul ência eleitoral provocada pela liderança de . pelo terrorismo que se fez em torno disso fez. subir risco-país, orizou os títulos brasileiros no mercado externa e, em conseqüêntraiu a entrada de recursos na balança de capitais . Foram então
~[!? Fundo de vaiares referentes a empréstimos anteriores.
..ps US$ 30 bilhões, entre saques e postergação de pagamento ao
1n.armos a sornaréria do saldo em transações correntes do Brasil no período '~ 9 3 , chegaremos a um déficit total de US$ 1.3 bilhão no período. Se -.. o mesmo exercício para a década seguinte. ou seja. para o período 1994· , ndo para 2003 o mesmo déficit verificado em 2002 (US$ 7,7 bilhões). . o é um déficir total de US$ 196 bilhões. isto é. um resultado 150,8 vezes ue nos dez. anos anteriores.
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24 • Brasil Ddivay
Assim, se houve algum momento em que se pôde considerar que o país escava à beira do precipfcio (leia-se: à beira da insolvência externa), ~res[es a reduzir suas reservas abaixo do mfnimo exigido pelos orgarusrnos internacionais, esse momento foi em meados do ano, ou seja, julho e agOStO, culminando com a assinatura do terceiro acordo com.o FMI no exíguo período de três anos. Poder-se-ia argumentar que ISSO não teria sido suficiente para tirar o pafs dessa situação, uma vez que o valor em reais do dólar norte-americano continuou a subir, enquanto o risco-pais não cedeu. Mas serão esses bons indicadores para o que se está querendo medir? A verificaçãodo cornporrarnenro do nível de reservas não produzirá uma indicação mais concreta? Quando Se observa essa variável, porém, o que se nota é que ela apresenta um comportamento surpreendentemente estável ao longo de 2002, com níveis muito semelhantes aos verificados durante 200 i. As reservas começam o ano em cerca de US$ 36 bilhões (a média de 200 I foi de US$ 36,3 bilhões) , oscilam para US$ 33 bilhões em abril e maio, alcançam a faixa dos US$ 40 bilhões em junho e julho , ficam na esfera dos US$ 38 bilhões em agosto e setembro e dos US$ 36 bilhões no bimestre segui me, fechando o ano com US$ 37,8 bilhões. Notese, além do mais, que fez parte do acordo com o FMI a redução de US$ 10 bilhões no nível mínimo de reservas exigido (que cai enrão para US$ 5 bilhões), uma cautela adicional que, como se vê, o Brasil não precisou utilizar. Em dezembro de 2002. portanto, do pomo de vista das condições necessárias para honrar os compromissos externos, a situação eslava equacionada. Além disso, e este talvez seja um elemento ainda mais importante, a balança comercial vinha apresentando resultados absoIU.tamente su~r:endentes, sup~rando em cerca de 50% as previsões fCitas pelo propno governo. Assim, do ponto de vista da performance finura das contas externas