Porcos Com Asas


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Marco L. Radice • Lidia Ravera PORCOS COM ASAS (diário sexo-político de dois adolescentes) Tradução: Maria Celeste M. Leite Souza lª edição 1981 10ª edição 1987 Coleção: Circo de Letras Capa: Miguel Paiva Revisão: Nelson Nicolai e Maria L. Favret Copyright©1976 Savelli spa, Roma. Título original: Porci con le Ali — diario sessuo-politico di due adolescenti. editora brasiliense s.a. DIVIDINDO OPINIÕES MULTIPLICANDO CULTURA rua general jardim, 160 01223 - são paulo sp fone (011) 231-1422 telex: 11 Texto da Contra-Capa O retrato sem retoques da geração pós-68, sem ideologias e com muita insolência. Marília Pacheco Fiorillo - Veja O livro fala de perto, dentro da cabeça e do sexo de qualquer jovem de olhos abertos. Tenta eliminar o sentimento de culpa de qualquer um ao abandonar uma reunião política, ao ficar frio com a garota desejada, ao fumar maconha, ao se masturbar três vezes por dia, ao sentir atração por uma pessoa do mesmo sexo... Caio Túlio Costa - Status Porcos com Asas é um romance que, da noite para o dia, se transformou em best-seller na Itália, e atraiu propostas para os direitos de filmagem de nada menos que 35 produtores, incluindo Cario Ponti. Revista Time Livro de quem foi adolescente, mais do que obra de quem “entende” essa difícil fase de transição da infância para a idade adulta, Porcos com Asas percorre toda a gama de contradições, sonhos e rejeições que caracterizam os jovens. Jornal do Brasil Sobre os autores Lidia Ravera é jornalista ligada à revista de contracultura Muzak, e Marco Lombardo-Radice é psicólogo especializado no trabalho com adolescentes, e autor de O Ultimo Homem e Vai Nessa, também publicados pela Brasiliense. Índice 1. O prazer é todo meu 2. Primeiro dia de aula: aventuras de tédio e paranóias 3. Rocco busca no banheiro sua reestruturação moral e cultural 4. Onde se descobre que a música pop é meta-linguagem 5. Onde se descobre que a música pop é um equivalente da masturbação 6. Rocco vai a uma manifestação, pensa na morte e encontra o amor 7. Se são rosas, florescerão 8. Antônia tenta ficar apaixonada, mas acaba dormindo : 9. Um bombom de chocolate gigante, uma trepada, um conto de fada feminista e uma poesia 10. Ponha sua blusa, Vladimir Ilitch! 11. Além da sodomia, o amor 12. Maternalismo 13. Neste pau também bate um coração 14. Eu vou bem, e você? 15. Rocco e Roberto, Antônia e Lisa 16. Arrependida e confusa, Antônia se enrubesce 17. De um “pequeno grupo” a um grande amor . 18. Rocco tenta pensar 19. Duas cervejas pretas, dois ovos fritos e um fiasco Epílogo 1. O prazer é todo meu Caralho. Caralho, caralho, caralho. Buceta. Buceta peluda, quente, cheirosa. Buceta de putinha. Nada... Antes, falando estas coisas, eu gozava ou, pelo menos, me vinha vontade... Quando eu estava com meus amigos, dizia estas palavras e depois caía na gargalhada. Quando eu estava sozinha, pensava nelas, falava a meia voz e, ligeira, enfiava a mão dentro da minha calcinha, de olho na porta e de ouvidos tão atentos que eu podia ouvir até o ranger das escadas. Era o pânico total. Depois, eu bem que cortaria minha mão, mas na hora era tão bom... Era como uma felicidade molhada, explosiva, um grito abafado, e pronto!... Agora, mesmo quando estou sozinha, é como se estivesse com outras pessoas: me dá vontade de rir. Na verdade, não é que eu tenha vontade de rir; eu rio porque nunca estou só, mesmo quando não tem ninguém, tem sempre um cretino para me julgar. Caralho inchado, caralho duro, com a pele peluda e a cabeça pelada saindo pra fora: já peguei em sete. Isso não me abalou muito, não. Mas eles não são todos iguais: uns têm um jeitão doente; outros, um ar saudável. Uns todos enrugados, outros lisinhos. Pô, até agora, nada! Vou tirar meu pijama e deitar de barriga pra cima, como se estivesse morta... Necrotério: mesa de mármore. Cheiro forte de desinfetante. Luz fixa. Silêncio pesado: Antônia P., 16 anos,
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