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A GERAÇAO SUPERFICIAL Nicholar Carr O QUE A INTERNET ESTÁ FAZENDO COM OS NOSSOS CÉREBROS Tradução Mônica Gagliotti Fortunato Friaça A AGIR Título original: The Shallows: What the Internet Is Doing to Our Brains Copyright © 2011 by Nicholas Carr “A bola de escrever é algo semelhante a mim...” [“The writing ball is a thing like me...”] em Gramophone, Film, Typewriter, de Friedrich A. Kittler, traduzido por Geoffrey Winthrop-Young e Michael Wutz. Copyright © 1996 by the Board of Trustees of the Leland Stanford Jr. University, para a tradução; Copyright © 1986 by Brinkmann and Bose. Todos os direitos reservados. Usado com a permissão de Stanford University Press, www.sup.org. “A casa estava quieta e o mundo estava calmo” [“The House Was Quiet and the World Was Calm”] em The Collected Poems of Wallace Stevens, de Wallace Stevens. Copyright 1947 by Wallace Stevens Usado com a permissão de Alfred A. Knopf, uma divisão da Random House, Inc. Direitos de edição da obra em língua portuguesa no Brasil adquiridos pela Agir, selo da Editora Nova Fronteira Participações S.A. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser apropriada e estocada em sistema de banco de dados ou processo similar, em qualquer forma ou meio, seja eletrônico, de fotocópia, gravação etc., sem a permissão do detentor do copirraite. Editora Nova Fronteira Participações S.A. Rua Nova Jerusalém, 345 - Bonsucesso - 21042-235 Rio de Janeiro - RJ - Brasil Tel.: (21) 3882-8200 - Fax: (21)3882-8212/8313 Texto revisto pelo novo Acordo Ortográfico CIP-Brasil. Catalogação na fonte Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ C299g Carr, Nicholas G., 1959A geração superficial: o que a Internet está fazendo com nossos cérebros/Nicholas Carr; tradução Mônica Gagliotti Fortunato Friaça. - Rio de Janeiro: Agir, 2011. Tradução de: The shallows: what the Internet is doing to our brains ISBN 978-85-220-1005-9 1. Neuropsicologia. 2. Internet - Efeito fisiológico. 3. Internet - Aspectos psicológicos. I. Título. CDD: 612.8 CDU: 612.8 Para minha mãe e em memória de meu pai Sumário Prólogo O cão de guarda e o Ladrão Capítulo 1 Hal e eu Capítulo 2 Os caminhos vitais Uma digressão Sobre o que o cérebro pensa quando pensa em si mesmo Capítulo 3 Ferramentas da mente Capítulo 4 O aprofundamento da página Uma digressão Sobre Lee de Forest e seu assombroso Audion Capítulo 5 Um meio de natureza mais geral Capítulo 6 A própria imagem do livro Capítulo 7 O cérebro do malabarista Uma digressão Sobre a flutuação das pontuações de QI Capítulo 8 A igreja da Google Capítulo 9 Busque, memória Uma digressão Sobre a escrita deste livro Capítulo 10 Uma coisa como eu Epílogo Elementos humanos Leituras adicionais Agradecimentos E no meio desta ampla quietude Um santuário róseo cobrirei Com a emoldurada treliça de um cérebro trabalhando... — John Keats, “Ode à psique” Prólogo - O cão de guarda e o ladrão Em 1964, exatamente quando os Beatles invadiam os Estados Unidos pelas ondas sonoras, Marshall McLuhan publicava Os meios de comunicação como extensões do homem (Understanding Media: The Extensions of Man) e se transformava de um obscuro acadêmico em um astro. Oracular, sentencioso e alucinante, o livro é um perfeito produto dos anos 1960, aquela agora distante década de viagens tanto interiores como exteriores, tanto de ácido como à Lua. Os meios de comunicação era essencialmente uma profecia, e o que profetizava era a dissolução da mente linear. McLuhan declarou que os “meios elétricos” do século XX — telefone, rádio, filmes, televisão — estavam rompendo com a tirania do texto sobre os nossos pensamentos e sentidos. O nosso self isolado, fragmentado, encerrado por séculos na leitura privada de páginas impressas, estava se tornando inteiro novamente, integrando-se ao equivalente global de uma aldeia tribal. Estávamo